PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO: ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES E ALTERNATIVAS PARA OS PROBLEMAS URBANOS DAS ÁREAS DE VÁRZEA DO MUNICÍPIO DE LARANJAL DO JARI (AP)
RESUMO
As circunstâncias predatórias que têm permeado as pequenas cidades amazônicas,
especialmente aquelas que emergem na periferia de grandes projetos privados, consolidam ao
longo do tempo adversidades sócio-espaciais urbanas difíceis de serem saneadas. A cidade de
Laranjal do Jari (AP) é o retrato do quadro que não se conseguiu equacionar. Emergido a
partir de um núcleo urbano constituído em áreas de várzea e sob palafitas, desencadeou um
processo de ocupação de forma totalmente desordenada, engendrando sérias implicações
sócio-espaciais urbanas. Em paralelo a essa dinâmica, diversos planos, projetos e ações foram
pensados para o Município de Laranjal do Jari, porém suscitam discussões acerca das
estratégias de elaboração e aplicabilidade. A primeira experiência de planejamento urbano
vivenciada pelo município foi o Plano Diretor Participativo, aprovado em maio de 2007. A
presente dissertação tem por objetivo analisar as contribuições e alternativas desse plano para
os problemas urbanos das áreas de várzea do município. Nesse sentido, aplicou-se os métodos
histórico lógico e qualitativo, os quais permitiram discorrer sobre as dinâmicas de ocupação
das cidades amapaenses, aliando-se às experiências de planejamento no Estado do Amapá no
período anterior e posterior ao Estatuto da Cidade; caracterizar a cidade de Laranjal do Jari
(AP) desde a sua gênese; e, analisar o Plano Diretor Participativo do município em busca de
respostas ao problema de pesquisa proposto. Como principais resultados, aponta-se que as
contribuições do Plano Diretor Participativo alcançaram o exercício da cidadania
principalmente na compreensão da natureza que circunda os problemas urbanos nas áreas de
várzea. Ademais, que as relações conflituosas em torno da necessidade de perceber e conviver
com circunstâncias tão adversas, assinalam os limites entre as condições legais e ilegais. O
plano permite no conjunto das propostas pensadas, a possibilidade de modificar estruturas
urbanas extremamente adversas e inóspitas, que historicamente sempre estiveram sob a tutela
de interesses individuais ou de grupos corporativos. A eficácia da aplicabilidade do Plano
Diretor Participativo será possível com o auxílio e a fiscalização dos segmentos sociais que
contribuíram para a construção deste importante instrumento de política pública.
Palavras-chave: Estatuto da Cidade. Plano diretor participativo. Planejamento urbano.
Autor(a): ELIANA DO SOCORRRO DE BRITO PAIXÃO
Orientador(a): Prof. Dr. JOSÉ ALBERTO TOSTES
Ano de defesa: 2008
Tipo de Documento: Dissertação
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