Author name: Joao Santos

A magnitude do Estado na socioeconomia amapaense

RESUMO

O objetivo desta dissertação é o estudo evolutivo comparativo da magnitude do Estado na socioeconomia do Amapá. Justifica-se pela observação de significativos indícios locais de manifestação estatal. O Estado é uma instituição especial surgida da necessidade de se hegemonizar as relações sociais em favor do status quo, servindo-se, para tanto, de aparelhos ideológicos públicos e privados. Sua estrutura burocrática tende a crescer com a evolução da história, já as modalidades de intervenção estatal na socioeconomia desenvolvem-se em espiral ascendente, sendo ora mais "liberal", ora mais "dirigista", conforme as exigências de dada etapa histórica de desenvolvimento do modo de produção. No Brasil, tanto o Estado escravista quanto o Estado burguês desempenharam importante papel na transformação socioeconômica, que evoluiu de agroexportadora para industrial, por outro lado aprofundaram-se desníveis internos, como as disparidades inter-regionais, expressas nas marcantes disparidades da estrutura federativa nacional, em especial em seu aspecto econômico-fiscal. De forma mais evidente ainda, o Estado manifestouse como protagonista da história do Amapá: na fase pré-autonomia, por meio de consolidação geopolítica e ocupação territorial; na fase 'Território Federal", nas interações com empreendimentos privados; e na fase contemporânea, com a utilização de instrumentos de política econômica, notadamente de forma errática e de eficácia contestável. A mensuração quantitativa da magnitude do Estado se fez em oito dimensões de manifestação estatal, às quais foram submetidas unidades da federação selecionadas, convergindo para a elaboração do "Índice de Magnitude do Estado". A pesquisa comprovou que na socioeconomia amapaense, a presença do Estado é a mais expressiva em nível nacional. A constatação conclui pelo maior alcance local das políticas públicas, cuja eficácia aqui se fazem sentir de maneira mais evidente, o que remete para maior responsabilidade dos governos. Desperta também para a oportunidade em se proceder a investigações que abordem o aspecto qualitativo do Estado no Amapá.

Palavras-chave: Estado. Desenvolvimento regional. Amapá. Socioeconomia.

Autor(a): CHARLES ACHCAR CHELALA

Orientador(a): Prof. Dr. Jadson Luís Rebelo Porto

Ano de defesa: 2008

Tipo de Documento: Dissertação

Faça o download do arquivo PDF abaixo:

ECOLOGIA DE MOSCAS-DAS-FRUTAS (DIPTERA: TEPHRITIDAE) EM GOIABA (Psidium guajava L.; MYRTACEAE) CULTIVADA EM SISTEMA AGROFLORESTAL, EM SANTANA, AMAPÁ

RESUMO

A produção de frutas no Amapá está concentrada em sistemas agroflorestais em quintais urbanos e rurais. Dentre as espécies cultivadas destaca-se a goiabeira cujos frutos são utilizados para o consumo in natura e processados. As moscas-das-frutas estão entre as principais pragas desta cultura causando prejuízos, pois depreciam o fruto. Este trabalho foi realizado com objetivo de estudar a ocorrência e distribuição vertical de espécies de moscas-das-frutas em goiaba branca e vermelha, cultivadas em sistema agro-florestal, no município de Santana, estado do Amapá. No período de 16/02 a 20/04/2007 foram efetuadas coletas de frutos de 10 plantas (sendo 6 plantas de goiaba vermelha e 4 plantas de goiaba branca). Em cada planta foram coletados frutos no estrato inferior (da base até a 1,80m) e o superior (1,80m até o ápice da copa). Os frutos foram individualizados em frascos de plástico, contendo vermiculita umedecida. Os pupários obtidos foram transferidos para novos frascos, sendo dispostos em câmaras climatizadas. As moscas-das-frutas emergidas foram conservadas em álcool 70% e posteriormente identificadas. De amostras de goiaba branca foram coletados 240 frutos (15,86kg), sendo obtidos 1.112 pupários, dos quais emergiram 928 exemplares de tefritídeos. Das amostras de goiaba vermelha foram coletados 360 frutos (19,99kg), sendo obtidos 1.680 pupários, dos quais emergiram 1.237 exemplares de tefritídeos. Em goiaba branca, 79,58% dos frutos estavam infestados, com índice de infestação de 4,63 pupários/frutos e 70,11 pupários/kg. Em goiaba vermelha, 79,72% dos frutos estavam infestados (4,66 pupários/fruto e 84,04 pupários/kg). Em ambas as variedades os frutos com maior número de pupários apresentaram peso entre 60 a 70g. O índice de infestação foi variável durante o período de estudo, sendo os menores índices registrados em 23/02/07 em goiaba branca (21,31 pupários/kg) e em goiaba vermelha (33,23 pupários /kg). Em goiaba vermelha o maior índice foi registrado em 23/03/07 (140,73 pupários/kg) e em goiaba branca em 30/03/07 (96,60 pupários/kg). Foram identificadas três espécies de Tephritidae: Anastrepha striata Schiner, Anastrepha fraterculus (Wiedemann) e Bactrocera carambolae Drew & Hancock. Em goiaba branca foi registrada uma alternância nos picos populacionais das diferentes espécies, sendo o primeiro pico observado em A. striata (07/03/07), seguido de A. fraterculus (23/03/07) e B. carambolae, que teve seu maior pico populacional em 06/04/07. Em relação à distribuição de moscas-das-frutas nas plantas de goiaba branca, o estrato inferior foi o que apresentou maior número médio de pupários, Anastrepha spp., A. striata e B. carambolae, o que não foi observado em goiaba vermelha. O índice de parasitismo registrado foi 0,53% em goiaba branca e 0,89% em goiaba vermelha. Todos os exemplares obtidos pertencem à espécie Doryctobracon areolatus Szépligeti sendo que em 76% das amostras em que foram obtidos, estiveram associados a A. striata.

Palavras-chave: ocorrência, distribuição espacial, Anastrepha.

Autor(a): EDMUNDO LEÃO DE BARROS NETO

Orientador(a): Prof. Dr. Ricardo Adaime da Silva

Ano de defesa: 2008

Tipo de Documento: Dissertação

Faça o download do arquivo PDF abaixo:

PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO: ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES E ALTERNATIVAS PARA OS PROBLEMAS URBANOS DAS ÁREAS DE VÁRZEA DO MUNICÍPIO DE LARANJAL DO JARI (AP)

RESUMO

As circunstâncias predatórias que têm permeado as pequenas cidades amazônicas, especialmente aquelas que emergem na periferia de grandes projetos privados, consolidam ao longo do tempo adversidades sócio-espaciais urbanas difíceis de serem saneadas. A cidade de Laranjal do Jari (AP) é o retrato do quadro que não se conseguiu equacionar. Emergido a partir de um núcleo urbano constituído em áreas de várzea e sob palafitas, desencadeou um processo de ocupação de forma totalmente desordenada, engendrando sérias implicações sócio-espaciais urbanas. Em paralelo a essa dinâmica, diversos planos, projetos e ações foram pensados para o Município de Laranjal do Jari, porém suscitam discussões acerca das estratégias de elaboração e aplicabilidade. A primeira experiência de planejamento urbano vivenciada pelo município foi o Plano Diretor Participativo, aprovado em maio de 2007. A presente dissertação tem por objetivo analisar as contribuições e alternativas desse plano para os problemas urbanos das áreas de várzea do município. Nesse sentido, aplicou-se os métodos histórico lógico e qualitativo, os quais permitiram discorrer sobre as dinâmicas de ocupação das cidades amapaenses, aliando-se às experiências de planejamento no Estado do Amapá no período anterior e posterior ao Estatuto da Cidade; caracterizar a cidade de Laranjal do Jari (AP) desde a sua gênese; e, analisar o Plano Diretor Participativo do município em busca de respostas ao problema de pesquisa proposto. Como principais resultados, aponta-se que as contribuições do Plano Diretor Participativo alcançaram o exercício da cidadania principalmente na compreensão da natureza que circunda os problemas urbanos nas áreas de várzea. Ademais, que as relações conflituosas em torno da necessidade de perceber e conviver com circunstâncias tão adversas, assinalam os limites entre as condições legais e ilegais. O plano permite no conjunto das propostas pensadas, a possibilidade de modificar estruturas urbanas extremamente adversas e inóspitas, que historicamente sempre estiveram sob a tutela de interesses individuais ou de grupos corporativos. A eficácia da aplicabilidade do Plano Diretor Participativo será possível com o auxílio e a fiscalização dos segmentos sociais que contribuíram para a construção deste importante instrumento de política pública.

Palavras-chave: Estatuto da Cidade. Plano diretor participativo. Planejamento urbano.

Autor(a): ELIANA DO SOCORRRO DE BRITO PAIXÃO

Orientador(a): Prof. Dr. JOSÉ ALBERTO TOSTES

Ano de defesa: 2008

Tipo de Documento: Dissertação

Faça o download do arquivo PDF abaixo:

Censo 2022 revela envelhecimento populacional crescente no amapá

Aumento significativo na população idosa e declínio na população infantil indicam mudanças na estrutura etária do estado

Publicado em 19 de Novembro de 2023

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Amapá, assim como o resto do Brasil, está passando por um processo de envelhecimento populacional, segundo dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Censo 2022. A população idosa, definida como pessoas com 65 anos ou mais, atingiu 5,4% da população total em 2022, representando 49,1 mil pessoas. Isso marca um aumento significativo de 73,9% em comparação com 2010, ano em que os idosos representavam apenas 23 mil pessoas, ou 3,4% do total de habitantes. Em particular, na capital do estado, Macapá, o crescimento da população idosa foi ainda mais acentuado, registrando um aumento de 78,7%

O Censo também mostra que o total de crianças com até 14 anos diminuiu: caiu de 221,1 mil (33,1% da população total) em 2010 para 198,1 mil (27%) em 2022, o que representa uma redução de 10,4%. Pedra Branca do Amapari é o município com mais pessoas jovens (35,4% dos habitantes), seguido por Pracuúba (35%) e Tartarugalzinho (34,4%). Por outro lado, os municípios de Amapá, Santana e Laranjal do Jari registraram os maiores contingentes de pessoas idosas, com, respectivamente, 6,1%, 5,8% e 5,7% de seus totais populacionais apresentando 65 anos ou mais de idade.

Joao Santos/Observatório Desenvolvimento Regional

O índice de envelhecimento do Amapá chegou a 20,26 em 2022, indicando que há 20,26 idosos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. Este aumento no índice de envelhecimento sinaliza uma mudança na estrutura etária da população, com uma proporção crescente de idosos (pessoas com 65 anos ou mais). Quanto maior o valor do indicador, mais envelhecida é a população. Dentre os municípios do estado, Santana apresenta o índice de envelhecimento mais alto (22,15), seguido por Macapá (21,9%) e Laranjal do Jari (20,5%).

Na divisão por gênero, as mulheres idosas são maioria no estado. Segundo o IBGE, 21.107 (52,56%) das pessoas acima dos 65 anos são do sexo feminino, enquanto 19.046 (47,43%) são homens. Além disso, o levantamento indica que a idade mediana da população amapaense é de 27 anos, o que significa que metade dos amapaenses tem até 27 anos. Isso indica uma população relativamente jovem, mas que está envelhecendo.